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A ANJ (Associação Nacional de Jornais) se posicionou nesta segunda-feira (22) sobre discussões levantadas durante o seminário promovido pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, com sigla em espanhol) na última semana, em São Paulo, envolvendo a ausência das publicações brasileiras no Google News — divisão do Google dedicada a notícias e que reúne conteúdo de diversos títulos ao redor do mundo.
Na ocasião, representantes de veículos internacionais demonstraram estranhamento sobre o fato, inédito em outros mercados. Para esclarecer as razões que fazem os jornais brasileiros não aceitarem tal parceria com o Google, a entidade divulgou um comunicado com explicações sobre o caso.
A carta ressalta que “ao longo dos últimos anos, a ANJ tem discutido diversos temas relativos à proteção dos conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais. De fato, jornais são responsáveis por cerca de metade dos conteúdos novos, e estes são muitas vezes reproduzidos na internet, sem remuneração e sem a autorização dos produtores desses conteúdos qualificados”.
O documento destaca também as tentativas anteriores de entrar em um consenso sobre um modelo positivo para todas as partes envolvidas e, na falta dele, “muitos jornais e outros sites, a partir de decisões individuais, decidiram excluir seus conteúdos do Google News”. A ANJ afirma, porém, que “permanece, como sempre, interessada em debater com o Google e outras empresas de internet soluções que possam valorizar os conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais.
Leia abaixo, na íntegra, o posicionamento da ANJ sobre a questão:
“Durante a recente Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP na sigla em espanhol), realizada em São Paulo, vários painéis discutiram a questão dos modelos de negócios dos jornais no mundo digital. Um dos pontos mencionados nos debates foi a decisão inédita tomada por jornais brasileiros, em 2011, de não mais autorizar a utilização de seus conteúdos pelo Google News.
A despeito de ser decisão já em curso, alguns veículos internacionais deram relevo ao assunto, por seu ineditismo, razão pela qual decidimos reiterar alguns esclarecimentos:
- Ao longo dos últimos anos a ANJ tem discutido diversos temas relativos à proteção dos conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais. De fato, jornais são responsáveis por cerca de metade dos conteúdos novos, e estes são muitas vezes reproduzidos na internet, sem remuneração e a sem autorização dos produtores desses conteúdos qualificados.
- A ANJ buscou a interlocução com diversas empresas globais de internet, com o intuito de discutir soluções de parceria que possibilitassem a rentabilização do uso dos conteúdos pelas vias digitais.
- Nesta fase, representantes da ANJ e do Google no Brasil tiveram várias reuniões, e o resultado foi o “Projeto 1 linha”, pelo qual as notícias dos jornais apresentadas em buscas feitas pelo Google News teriam apenas 1 linha, ao invés das 4 ou 5 normalmente exibidas . A premissa foi de que as chances de os internautas acessarem diretamente os conteúdos dos sites dos jornais aumentariam com essa medida. O projeto foi divulgado aos associados da ANJ e a outros veículos de mídia pelo Comitê de Estratégias Digitais da ANJ, em conjunto com representantes do Google.
- Infelizmente, o projeto não foi avante em decorrência de um problema técnico: ao contrário do que havia garantido o Google, a redução no número de linhas exibidas afetou radicalmente o ranqueamento dos resultados exibidos nas buscas.
- Em consequência, o Comitê de Estratégias Digitais promoveu discussões sobre a possibilidade de saída dos jornais do Google News, uma vez que tal ferramenta não contribuía de forma significativa nem para a audiência dos sites dos jornais, nem para a rentabilização da audiência. Muitos jornais e outros sites, a partir de decisões individuais, decidiram excluir seus conteúdos do Google News. Sem contar com os conteúdos de maior qualidade e credibilidade no País, os resultados de buscas no Google News são hoje bastante deficientes.
- A ANJ permanece, como sempre, interessada em debater com o Google e outras empresas de internet soluções que possam valorizar os conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais.
- A ANJ reúne 154 jornais brasileiros, responsáveis por cerca de 90% da circulação diária no país. A ANJ e seus associados, coincidindo com os princípios enunciados pela “Declaração de Hamburgo” (Documento de 2009 no qual jornais de todo o mundo defenderam a necessidade de que os direitos autorais sejam respeitados também em plataformas digitais), entendem que os conteúdos jornalísticos resultam de investimentos e de atividade profissional especializada e que sua utilização por buscadores e agregadores de notícias deve respeitar integralmente os direitos autorais de quem os produziu.
Brasília, 22 de outubro de 2012
Associação Nacional de Jornais”
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) se posicionou nesta segunda-feira (22) sobre discussões levantadas durante o seminário promovido pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, com sigla em espanhol) na última semana, em São Paulo, envolvendo a ausência das publicações brasileiras no Google News — divisão do Google dedicada a notícias e que reúne conteúdo de diversos títulos ao redor do mundo.
Na ocasião, representantes de veículos internacionais demonstraram estranhamento sobre o fato, inédito em outros mercados. Para esclarecer as razões que fazem os jornais brasileiros não aceitarem tal parceria com o Google, a entidade divulgou um comunicado com explicações sobre o caso.
A carta ressalta que “ao longo dos últimos anos, a ANJ tem discutido diversos temas relativos à proteção dos conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais. De fato, jornais são responsáveis por cerca de metade dos conteúdos novos, e estes são muitas vezes reproduzidos na internet, sem remuneração e sem a autorização dos produtores desses conteúdos qualificados”.
O documento destaca também as tentativas anteriores de entrar em um consenso sobre um modelo positivo para todas as partes envolvidas e, na falta dele, “muitos jornais e outros sites, a partir de decisões individuais, decidiram excluir seus conteúdos do Google News”. A ANJ afirma, porém, que “permanece, como sempre, interessada em debater com o Google e outras empresas de internet soluções que possam valorizar os conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais.
Leia abaixo, na íntegra, o posicionamento da ANJ sobre a questão:
“Durante a recente Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP na sigla em espanhol), realizada em São Paulo, vários painéis discutiram a questão dos modelos de negócios dos jornais no mundo digital. Um dos pontos mencionados nos debates foi a decisão inédita tomada por jornais brasileiros, em 2011, de não mais autorizar a utilização de seus conteúdos pelo Google News.
A despeito de ser decisão já em curso, alguns veículos internacionais deram relevo ao assunto, por seu ineditismo, razão pela qual decidimos reiterar alguns esclarecimentos:
- Ao longo dos últimos anos a ANJ tem discutido diversos temas relativos à proteção dos conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais. De fato, jornais são responsáveis por cerca de metade dos conteúdos novos, e estes são muitas vezes reproduzidos na internet, sem remuneração e a sem autorização dos produtores desses conteúdos qualificados.
- A ANJ buscou a interlocução com diversas empresas globais de internet, com o intuito de discutir soluções de parceria que possibilitassem a rentabilização do uso dos conteúdos pelas vias digitais.
- Nesta fase, representantes da ANJ e do Google no Brasil tiveram várias reuniões, e o resultado foi o “Projeto 1 linha”, pelo qual as notícias dos jornais apresentadas em buscas feitas pelo Google News teriam apenas 1 linha, ao invés das 4 ou 5 normalmente exibidas . A premissa foi de que as chances de os internautas acessarem diretamente os conteúdos dos sites dos jornais aumentariam com essa medida. O projeto foi divulgado aos associados da ANJ e a outros veículos de mídia pelo Comitê de Estratégias Digitais da ANJ, em conjunto com representantes do Google.
- Infelizmente, o projeto não foi avante em decorrência de um problema técnico: ao contrário do que havia garantido o Google, a redução no número de linhas exibidas afetou radicalmente o ranqueamento dos resultados exibidos nas buscas.
- Em consequência, o Comitê de Estratégias Digitais promoveu discussões sobre a possibilidade de saída dos jornais do Google News, uma vez que tal ferramenta não contribuía de forma significativa nem para a audiência dos sites dos jornais, nem para a rentabilização da audiência. Muitos jornais e outros sites, a partir de decisões individuais, decidiram excluir seus conteúdos do Google News. Sem contar com os conteúdos de maior qualidade e credibilidade no País, os resultados de buscas no Google News são hoje bastante deficientes.
- A ANJ permanece, como sempre, interessada em debater com o Google e outras empresas de internet soluções que possam valorizar os conteúdos de qualidade produzidos pelos jornais.
- A ANJ reúne 154 jornais brasileiros, responsáveis por cerca de 90% da circulação diária no país. A ANJ e seus associados, coincidindo com os princípios enunciados pela “Declaração de Hamburgo” (Documento de 2009 no qual jornais de todo o mundo defenderam a necessidade de que os direitos autorais sejam respeitados também em plataformas digitais), entendem que os conteúdos jornalísticos resultam de investimentos e de atividade profissional especializada e que sua utilização por buscadores e agregadores de notícias deve respeitar integralmente os direitos autorais de quem os produziu.
Brasília, 22 de outubro de 2012
Associação Nacional de Jornais”
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